O belga Simon Pitel chegou a Brasília em 1958. Jovem, ele fez de tudo um pouco para se sustentar na capital que nem havia sido inaugurada. Trabalhou como camelô durante dois meses e chegou a abrir a própria loja de roupas, no Núcleo Bandeirante — que na época ainda se chamava Cidade Livre. Mas foi em março de 1964 que ele investiu no empreendimento que marcaria sua vida: comprou o restaurante Roma. Cinquenta anos depois, Simon continua no comando da casa mais tradicional da W3. “Hoje, o Roma é um hobby para mim. Tenho muito amor pelo local”, conta.
Carinho que é compartilhado pelos brasilienses também, e graças a uma das escolhas mais difíceis que o empresário precisou tomar à frente do estabelecimento. O Roma foi inaugurado dias antes da capital, em 15 de abril de 1960 e, por volta da década de 1970, ainda era das poucas opções de gastronomia da cidade. Por isso, passou a receber visitas de ministros, deputados e senadores. “O Roma nunca foi um restaurante de classe alta, sempre foi três estrelas. Então, ou eu subia de categoria ou eles desciam a escada. Eu fui obrigado a optar”, conta.
O empresário decidiu manter as características originais do restaurante e não se arrependeu. “Acho que fiz uma boa escolha, pois mantive a minha freguesia, que é muito mais ampla. Hoje, estou sobrevivendo razoavelmente bem em uma W3 deserta por conta dessa aposta e da tradição que eu criei”, orgulha-se. E a tradição, para ele, não se resume aos arcos da fachada, ao bar da entrada ou aos dois salões que completam o espaço. Os principais componentes, na opinião do dono, são a qualidade da comida, o respeito ao consumidor e a fartura: um casal que vai ao Roma gasta, em média, R$ 100 na refeição, pois o prato permite que duas pessoas comam, e tudo isso com o mesmo custo operacional.
Os cerca de 30 funcionários do estabelecimento têm tempo médio de 15 a 20 anos de casa e atendem de 4 a 5 mil clientes por mês, principalmente nos fins de semana. Para Simon, que nunca havia visitado um restaurante pela cozinha antes de comprar o Roma, um dos principais aprendizados foi justamente saber ouvir e observar o freguês. “É preciso saber se ele come com satisfação, se ele se despede calorosamente. Isso tudo tem um significado. O cliente não tem que agradecer, porque não faço mais do que a minha obrigação, mas se, mesmo assim, ele agradece, é sinal de que fizemos algo certo.”
Fonte: Correio Braziliense
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